sexta-feira, 1 de março de 2013

O Desafio de Manter o Amor Vivo


Das contraditórias relações humanas, o casamento é o exemplo de uma complexa mistura de querer e não querer, de poder e não poder, de ser e não ser.
A abdicação de si mesmo é o primeiro fato fatal. Entre o desejo de dar o melhor para o outro, a gente se apaga, se ofusca e se esconde atrás da tentativa se ser perfeito pra alguém.
No meio dos afazeres cotidianos começam a aparecer cabelos escabelados, roupas que só se repetem, unhas mal feitas, a troca do caro pelo barato, a mudança do desejo de ser para o ter.
Entre economias, aquisições, busca pelo conforto e uma ascensão absurda da ambição, apagam-se as faíscas incomuns que antes atiçavam o fogo, calam-se os te amos perdidos na madrugada, encerram-se os papos caretas de bobos apaixonados...
Pra ser feliz, é preciso ter um amor inabalável capaz de sustentar uma amizade incomum. Capaz de se doar por inteiro e mesmo assim lembrar de si mesmo.
É contraditório! Todos querem encontrar o príncipe e a princesa e juntar as escovas pra sempre, mas ninguém ainda descobriu como a princesa pode se manter linda e o príncipe encantador em meio a tantas contas, diferenças e desejos.
Meros mortais são raros casais perfeitos, mas o que conforta é lembrar das memórias perdidas.
Por isso, releia e-mails e cartas antigas, reveja fotos e permita-se viver um momento nostálgico. Olhar pra trás sempre faz refletir e talvez ajude a encontrar o sentido das coisas. Além disso, faz você descobrir o quanto você mesmo era melhor. Isso pode motivar a reviver uma paixão eterna. Aquele amor que doía por não poder ser descrito em palavras, que parecia e ainda é imensurável.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O QUE ME INSPIRA?



Quero escrever, mas não tenho por quê. Antes eu escrevia quando sentia tristeza, mas hoje, cheia de alegria, não consigo escrever. Será que a alegria me faz mal?

Uma vez pensei que meu escrever seria pro resto da vida, hoje, a alegria tirou de mim esse desejo e agora só quero viver. Sem perder tempo escrevendo tristeza.

Será que a gente pode aprender a escrever a alegria? Será que as pessoas preferem ler o sorriso descrito ou a lágrima rabiscada?

Essa tal alegria roubou minha tristeza, desmotivou um pouco minhas palavras e apagou um pedaço de mim que doía. É que agora eu conheci o riso que eu não ria, o amor que eu não sentia e a paz que era vazia.

Ultimamente ando meio Clarice, “à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso.” Espero em breve encontrar na alegria o motivo pra ressuscitar minhas palavras. Mas não aquelas que doíam.