terça-feira, 31 de maio de 2011

Tristeza Gigante

Passarinho caiu do ninho...
Caiu sozinho porque não sabia e nem podia voar.
O gato não quis porque ele era feio e parecia ter gosto ruim.
Na verdade acho que nem amargo ele era, talvez fosse doce. Doce demais.
Doce repugnante que arde na garganta.
Passarinho caiu do ninho e perdido ficou para o resto da vida.
Comeu minhoca e terra, com água de chuva que empossada ficava.
Tadinho... Não pode nem sentir falta de ver o céu de perto, porque nunca o viu assim.
Só de longe, bem de longe.
De baixo via a passarada, mas nem ligava por ter asas e não saber usar.
O passarinho já tinha se conformado com sua vida pequena.
O que salvava sua existência medíocre, é que ele sabia cantar e isso ninguém podia mudar.
Mas de que adianta cantar de baixo?
Então o passarinho só se conformava mesmo com sua pequenez e com seu trágico destino sem céu.
Pobrezinho, entendo como é difícil ser pequeno e sem asas no meio da gigantez desse mundo.
Na floresta todo mundo notava sua presença, mas ele só tinha amigos doentes.
O resto só sentia pena.
Um dia um elefante chamado Tristeza pisou no passarinho feio.
E só ai o povo da floresta sentiu falta do bichinho que cantava baixinho.

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