terça-feira, 31 de maio de 2011

Tristeza Gigante

Passarinho caiu do ninho...
Caiu sozinho porque não sabia e nem podia voar.
O gato não quis porque ele era feio e parecia ter gosto ruim.
Na verdade acho que nem amargo ele era, talvez fosse doce. Doce demais.
Doce repugnante que arde na garganta.
Passarinho caiu do ninho e perdido ficou para o resto da vida.
Comeu minhoca e terra, com água de chuva que empossada ficava.
Tadinho... Não pode nem sentir falta de ver o céu de perto, porque nunca o viu assim.
Só de longe, bem de longe.
De baixo via a passarada, mas nem ligava por ter asas e não saber usar.
O passarinho já tinha se conformado com sua vida pequena.
O que salvava sua existência medíocre, é que ele sabia cantar e isso ninguém podia mudar.
Mas de que adianta cantar de baixo?
Então o passarinho só se conformava mesmo com sua pequenez e com seu trágico destino sem céu.
Pobrezinho, entendo como é difícil ser pequeno e sem asas no meio da gigantez desse mundo.
Na floresta todo mundo notava sua presença, mas ele só tinha amigos doentes.
O resto só sentia pena.
Um dia um elefante chamado Tristeza pisou no passarinho feio.
E só ai o povo da floresta sentiu falta do bichinho que cantava baixinho.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ai ai... A vida sozinha!


A solidão só é boa para os egoístas. Eu não gosto! Gosto de dividir tudo que tenho, mesmo que às vezes fique sem nada. Gosto de saber que o ar não é só para mim, que o controle da TV precisa de diplomacia para funcionar.
Um cara muito sábio nos ensinou há muito tempo atrás: “é melhor ser em dois, do que andar só”. Ele estava certo.
Lamento profundamente pelos que se sentem à vontade em companhia da solidão. O coração precisa ser diariamente tratado, regado, mesmo que sofra de vez em quando, isso faz parte do tratamento. Ruim é quando o coração se acostuma com as emoções, com a rotina de um mesmo palpitar. Esse coração um dia para, um dia seca... De tanto bater no mesmo ritmo.
Quero a emoção de rir em companhia, de chorar e ganhar um abraço. Afinal, na solidão não se ri, apenas se chora sozinho.

terça-feira, 3 de maio de 2011

É essa coisa que me deixa loucaaa!

Eu sinto uma coisa que não deveria sentir
Uma coisa que me faz sentir como se eu nem existisse. Não sei! Acordei assim!
O que sei é que minha pequenez é feia, que minha voz é meio muda. Mas tem alguma coisa que grita dentro de mim. Grita tanto e tão alto que nem parece ser coisa minha.
Não sei quem colocou esse grito lá dentro, ele já tentou sair, mas minha voz muda não se fez ouvir.
Será que alguém também pode escutar? Para dividir comigo esse pesar de alma pequena, de gente grande que se esqueceu de crescer...
É alguma coisa parecida com medo, mas não é bem assim.
Às vezes grita para me assustar, às vezes para me acordar.
Sei é que não confio em mim para interpretar. Sou meio fora do comum, fora do ar, fora de si.
O grito parece outra pessoa. Uma pessoa que veio para me assombrar, para me fazer sentir menor do que já sou. Mais feia e mais sem sal também.
Quando isso vai parar? Quando isso vai aquietar?
Dá até vontade de dizer: “mas que coisa tchê”
Não é engraçado, nem curioso, sinto que é de morte.
Morte da alegria, da paz, da meninice escondida.
É coisa que puxa a tristeza para fora, que faz a carne tremer e o coração explodir de tanto bater.
Onde Deus escondeu a sua voz? Só ouço esse grito que dá medo e assim não dá mais.